O governo
português e a ANA – Aeroportos de Portugal vão
assinar hoje um memorando de entendimento que pretende dar resposta aos
problemas do aeroporto Humberto Delgado, que em 2018 atingiu o seu nível máximo
de saturação com cerca de 29 milhões de passageiros e que, a partir de agora,
começou a perder cerca de 1,8 milhões de passageiros potenciais por ano.
A solução tem sido discutida desde há muitos anos, tendo-se pensado
em novos aeroportos na Ota ou em Alcochete, mas a solução encontrada foi o
aproveitamento da área da base aérea do Montijo para construir um novo
aeroporto, que deverá estar em funcionamento em 2022, em paralelo com a
ampliação do aeroporto Humberto Delgado.
Os valores do acordo já foram revelados e o investimento global
ascenderá a 1.747 milhões de euros, dos quais 1.326 milhões se destinam à
primeira fase. Destes, haverá 650 milhões para a ampliação do aeroporto
Humberto Delgado, 520 milhões para o novo aeroporto do Montijo e 160 milhões
para acessibilidades e compensações à Força Aérea. O prazo da
concessão vai estender-se até 2062 e todo o investimento ficará exclusivamente
a cargo da concessionária.
O novo aeroporto do Montijo terá 2400 metros de pista e
estacionamento para 36 aviões, pretendendo
ultrapassar a marca dos 50 milhões de passageiros por ano e chegar aos 72
movimentos de aeronaves por hora.
No que respeita
ao modernizado aeroporto Humberto Delgado, salienta-se que vai aumentar a sua
área em mais de 32%, passando a poder receber na sua pista os maiores aviões de
passageiros do mundo, respectivamente o A380 e B 747. Esse aspecto parece ter
sido o que mais interessou o Jornal de
Negócios,
que ilustra a capa da sua edição de hoje exactamente com uma fotografia do
A380.
O acordo que hoje
vai ser assinado parece não ter o aplauso unânime das forças políticas e ainda
está dependente do estudo de impacto ambiental
que está a ser concluído, mas é seguramente um bom passo no caminho do nosso progresso económico.
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