Depois de em 2009
ter visto o centro histórico da cidade da Ribeira Grande, conhecido como Cidade
Velha, ser classificado pela Unesco como património da Humanidade, a República
de Cabo Verde viu agora aprovada a candidatura da morna a património cultural imaterial da Humanidade.
A morna é um género musical típico e é
considerada a música-rainha de Cabo Verde, sendo uma mistura de estilos
musicais com fortes raízes africanas e com influências da modinha luso-brasileira.
É geralmente acompanhada por viola, cavaquinho, violino e piano, mas o
instrumento clássico da morna é o violão, introduzido em Cabo Verde no século
XIX.
Segundo um texto
divulgado pela comissão de candidatura, a morna
é uma canção melancólica “interpretada em crioulo cabo-verdiano por uma voz
solista, homem ou mulher, apesar de existirem mornas apenas instrumentais,
versando temas lírico-passionais e sendo muito vinculada ao sentimento do amor,
ao sofrimento, à saudade, à ternura, à tristeza, à ironia
e à boa ou má sorte do destino individual”.
Durante muitos anos a morna
esteve confinada ao arquipélago de Cabo Verde e era pouco conhecida no
exterior, até que surgiu Cesárea Évora que internacionalizou a morna cabo-verdiana. Por isso, o
semanário Expresso das Ilhas ilustrou a primeira página da sua última
edição com a fotografia de Cesárea, a rainha da morna que faleceu em 2011. Para quem ouviu a morna ser cantada no Mindelo há mais de cinquenta anos e depois viu Cesárea Évora actuar em Lisboa algumas vezes, a sua classificação pela Unesco é um motivo de grande satisfação e de aplauso.
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