O navio-escola
espanhol Juan Sebastián de Elcano
atracou ontem na Base Naval de La Carraca, em Cádis, depois de cinco meses e
meio de viagem de instrução de guardas-marinhas e, pela primeira vez na sua
existência e por causa do covid-19,
não atracou no cais da cidade para receber as tradicionais boas-vindas da
cidade, o que inspirou o título de capa do jornal La Voz de Cádiz: triste regreso a casa del JS Elcano.
Durante a sua
viagem de 18.000 milhas, o navio visitou nove portos de sete países das ilhas e
das costas ocidentais atlânticas, em que cumpriu os seus objectivos de
instrução e representação da Espanha, mas com “especial énfasis en
transmitir la españolidad de la gesta y su transcendencia para el progreso de
la humanidad”, isto é, nuestros hermanos
não perdem nenhuma oportunidade para chamar a si todos os méritos de uma viagem
à volta do mundo “sem querer “ que, como o mundo sabe, foi um empreendimento
ibérico em que os castelhanos entraram com a força do dinheiro e os portugueses
contribuíram com a força do seu saber náutico.
Segundo as
notícias publicadas, a viagem terminou quando em Miami, devido à pandemia do
covid-19, foram cancelados todos os actos institucionais previstos e a visita
se tornou numa simples escala técnica para satisfazer necessidades logísticas.
O regresso do
navio mereceu fotografias na primeira página em seis jornais diários espanhóis
(!), o que mostra a grande empatia existente entre a imprensa espanhola e o seu
navio-escola, uma situação que a imprensa portuguesa não cultiva em relação ao
nosso belo navio-escola que, nesta altura navega no Atlântico Sul com rumo a
Lisboa, depois de ter sido interrompida a sua viagem de circum-navegação,
também por causa da pandemia do covid-19.
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