As viagens aéreas
estiveram canceladas durante cerca de três meses por causa da pandemia do covid-19 mas, lentamente, as companhias
de aviação estão a retomar a sua actividade operacional, embora pareça que viajar
nunca mais vai ser o que foi, como reconhece a última edição da revista alemã Der
Spiegel.
O assunto não é
novo. Depois do ataque realizado no dia 11 de Setembro de 2001 às Torres Gémeas
de Nova Iorque pela organização fundamentalista
islâmica al-Qaeda, as medidas de segurança adoptadas nos aeroportos já
tinham retirado uma boa parte do gosto de viajar, pois os passageiros passaram
a ser confrontados com demorados controlos, proibições e, por vezes, com a
arrogância ameaçadora e autoritária dos agentes de segurança que olham cada
passageiro como se fosse um traficante ou um fora da lei.
Agora, do ponto
de vista do passageiro, a situação agravou-se porque para além dos aspectos de
segurança em vigor, surgiu a necessidade de prevenir os riscos de contágio pelo
covid-19, o que faz com que o
eventual passageiro não saiba se terá voo e se terá a obrigação de provar que
não está infectado. Mesmo que as coisas lhe corram bem e consiga entrar no
avião, ainda fica sem saber se terá de ficar de quarentena no lugar de destino,
nem quantos testes será obrigado a fazer. Significa que para viajar por via
aérea vai ser necessário ultrapassar diversas barreiras que transformarão uma
viagem num stressante exercício.
Viajar vai ser
uma aventura diz o Der Spiegel e esse é apenas um dos sinais dos tempos e das
mudanças que se estão desenhar, que vão tornar a nova vida bem diferente da que
vivemos até agora.
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