Marcelo
Rebelo de Sousa, que é o Presidente da República Portuguesa desde 9 de Março de
2016, deu ontem uma aula em directo na telescola e, com a sua larga experiência
de professor e de comunicador saiu-se bem dessa lição, tendo agradecido a todos
os que dão vida a este projecto pedagógico e lembrado aos alunos que estão a
viver um momento único das suas vidas, em que uma pandemia está a paralisar o
mundo.
Foi uma lição, mas também foi uma mensagem de esperança e, por isso, a
intervenção do Presidente da República, foi muito oportuna pois que se
apresentou com a sua face institucional de presidente de todos os portugueses,
mas também com o seu lado pessoal de inteligência, cosmopolitismo e
modernidade.
Por uma breve meia
hora o Presidente da República esqueceu a sua condição de candidato
presidencial, de comentador televisivo e de figura que, por vezes, lembra o
Venerando Chefe do Estado, em que fala de tudo a toda a hora e não resiste aos
microfones dos jornalistas estagiários que ele próprio e os seus assessores
naturalmente mobilizam para as suas constantes aparições, que as televisões
depois repetem horas a fio. É uma campanha permanente de populismo e de
porreirismo, cada dia mais insuportável até pelos seus simpatizantes, com
reportagens sobre as suas idas à praia, às livrarias, aos supermercados e a
outros locais onde é "surpreendido" pelos microfones e em que aproveita para
falar de coisas em que era suposto não falar, incluindo questões da governação,
futebol, festas e romarias. Tudo. É demais. Diz-se que “quem não aparece,
esquece” e esse é, provavelmente, o princípio que faz correr Marcelo Rebelo de
Sousa, a pensar na sua popularidade e na sua reeleição em Janeiro de 2021,
mesmo que com muita abstenção. Porém, o ditado completo diz o seguinte:
Quem não aparece, esquece; mas quem muito aparece,
tanto lembra que aborrece.
Se me permites, assino por baixo.
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