A imagem em que o
agente policial Derek Chauvin aparece com um joelho sobre o pescoço do cidadão
afro-americano George Floyd voltou hoje a ser publicada em vários jornais da
cidade de Nova Iorque, quando foi anunciado que três outros ex-polícias que
assistiram à agressão e nada fizeram para evitar o que aconteceu no dia 25 de
Maio, foram também acusados. Aqueles sete minutos de pressão sobre o pescoço de
Floyd, quando este se encontrava algemado e deitado de bruços na estrada, sem
que fosse atendido o seu aflitivo aviso de que não conseguia respirar, estão a
deixar a América revoltada.
Na versão
policial, George Floyd teria tentado trocar uma nota falsa de vinte dólares
numa loja, mas quando interceptado pela polícia não terá oferecido resistência.
O que o polícia Chauvin fez com a sua intervenção de desproporcionada
violência, certamente não aconteceu porque ele tenha instintos assassinos, mas
porque foi formatado para o uso da violência física em todas as circunstâncias e
porque vive num ambiente político de violência verbal e de ameaça, que está
sempre presente no discurso de Donald Trump e dos seus apoiantes. Como sempre
acontece nestes casos, quem se vai tramar é o mexilhão, mas é preciso ver que
este Chauvin e muitos outros que existirão na América e no mundo, são o
resultado de práticas autocráticas, em que existe a violação grosseira dos
direitos humanos e se mantém as desigualdades sociais, em paralelo com a
pobreza e o racismo.
A revolta social
e a onda de protestos anti-racistas e contra a violência policial
iniciaram-se em Minneapolis mas estenderam-se a muitos outros estados e cidades
americanas. Provavelmente, nada será como dantes, porque a força das redes sociais é um dado novo nos tempos que correm e George Floyd pode ser uma bandeira. A imagem que hoje foi
publicada pelo New York Post vai figurar ao lado das mais importantes
fotografias da história dos Estados Unidos.
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