Na mais recente
edição da revista The Economist o tema destacado é Taiwan e a imagem da capa
coloca aquela ilha, que já se chamou Formosa, no centro de uma tela de radar,
entre as bandeiras chinesa e americana, sugerindo que aquelas duas
superpotências disputam o domínio da ilha.
Taiwan resultou
da guerra civil chinesa que levou Mao Tse Tung ao poder e criou a República
Popular da China em 1949. As forças derrotadas retiraram para a ilha de Taiwan
e mantiveram a República da China sob a chefia de Chiang Kai-shek, significando
que, a partir de então, tem havido duas Chinas.
Os Estados Unidos
instalaram forças militares em Taiwan, no contexto da guerra da Coreia, daí
resultando a pacificação entre as duas Chinas, que estão separadas apenas por
130 quilómetros do estreito de Taiwan ou estreito da Formosa. Durante décadas foi
mantida a paz entre essas duas Chinas, mas também entre a China e os Estados
Unidos. Porém, os líderes chineses sempre disseram que só há uma só China e que
Taiwan e os seus 24 milhões de habitantes, são uma parte rebelde da República
Popular da China. Aos Estados Unidos parece agradar a ideia de uma só China,
até porque gastam demasiado dinheiro com a actual situação, mas durante setenta
anos tudo fizeram para que houvesse duas Chinas. É uma grande ambiguidade da
política americana e os Estados Unidos começam agora a temer que não consigam
impedir a China de tomar Taiwan pela força. Phil Davidson, o almirante que
chefia o Comando Indo-Pacífico dos Estados Unidos, esteve no Congresso há pouco
mais de um mês e foi claro: a China poderá atacar Taiwan em 2027.
De facto,
hoje a Marinha do Exército de Libertação Popular da China tem 360 navios, o que
já supera os 297 navios dos Estados Unidos, pelo que o estreito de
Taiwan é considerado cada vez mais como o mais perigoso lugar do mundo.
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