A exposição que
está patente na Galeria do Rei D. Luís do Palácio Nacional da Ajuda com o título
D.
Maria II. De princesa brasileira a rainha de Portugal. 1819-1853, é um
acontecimento cultural relevante, não só por representar a retoma das grandes
iniciativas culturais a que a cidade de Lisboa já nos habituara e que a crise
pandémica suspendera desde há muitos meses, mas também pela grande qualidade expositiva e diversidade
de conteúdos.
A exposição celebra
o 200º aniversário do nascimento da rainha D. Maria II e foi organizada pelo Museu
da Presidência da República (MPR) e pelo Palácio Nacional da Ajuda (PNA), apresentando
várias centenas de peças e documentos provenientes de diversos museus,
autarquias e coleccionadores privados, bem como do Governo Regional dos Açores,
muitas das quais foram restauradas para esta exposição. De entre as obras que
ficarão em exposição até ao dia 29 de setembro, destacam-se várias joias
pessoais de D. Maria II e a Coroa Real Portuguesa que há mais de duas décadas
não era exposta ao público, bem como a bandeira utilizada pelas forças liberais
na ilha Terceira, que fora bordada pela própria princesa Maria da Glória.
A exposição evoca
a vida e o reinado da rainha que nasceu no Brasil em 1819, que era filha de D. Pedro IV e da imperatriz
Leopoldina, mas que veio a falecer precocemente em 1853, durante o parto do seu
11º filho. Dois dos seus filhos - D. Pedro V e D. Luís - foram reis de Portugal. No seu reinado, que iniciou em 1834 com 15 anos de idade, o país
passou do absolutismo ao constitucionalismo e, apesar de ser um período de grande
instabilidade que se seguiu à guerra civil, abriu as portas a grandes
transformações sociais, económicas e culturais.
Um excelente
catálogo apoia a belíssima exposição que, naturalmente, se recomenda que seja
visitada, pela sua qualidade pedagógica, documental e estética.
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