A guerra
prossegue no território ucraniano, mas pouco sabemos sobre o que realmente se
passa no terreno, para além das repetidas imagens televisivas que nos chegam e
que nos mostram o sofrimento das populações na sua fuga em busca de segurança. Essas imagens são reais. As grandes novidades desta crise serão a ameaça de utilização de armamento
nuclear por uma das partes (Rússia) e o enorme apoio internacional que tem a
outra parte do conflito (Ucrânia), mas também a intensa utilização das
plataformas comunicacionais, como a televisão e as redes sociais, que
estão a fazer um novo tipo de guerra através de uma intensa manipulação da informação, mas
que também servem para mobilizar solidariedades, para denunciar abusos e para
reclamar pelo fim da guerra.
Putin foi longe demais e abriu uma caixa de Pandora. Hoje houve um breve
encontro entre as partes e esse foi um passo necessário e um sinal de
esperança. A Europa deveria ter estado nesse encontro a mediar, mas optou por apoiar uma das partes e lançar gasolina para a fogueira. Naturalmente, cada uma das delegações estará a estudar as propostas
que recebeu da outra parte como base para uma negociação e para um desejável
cessar-fogo, esperando-se que cada uma delas entenda bem o que é uma
negociação, isto é, que saiba que tem que ceder alguma coisa para que o sofrimento da população fique por aqui.
Os tempos mudaram
muito e as imagens que nos chegam das populações em fuga do território
ucraniano, bem como as ameaças russas, têm gerado solidariedades por todo o
mundo, inclusive na própria Rússia. Milhares de pessoas por todo o mundo têm
participado em marchas de protesto contra a guerra e em apoio do povo
ucraniano. O jornal The Washington Post foi um dos jornais que hoje destacou em
primeira página a grande manifestação contra a guerra, ontem realizada em
Berlim.
Hoje o presidente
Zelensky pediu a adesão urgente da Ucrânia à União Europeia. Não sei se será a
melhor altura para abrir o processo de adesão que é sempre demorado, recordando
aqui que Portugal esperou uns bons dez anos para satisfazer todos os critérios
necessários.
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