O presidente
Marcelo Rebelo de Sousa está em visita oficial a Moçambique, o país que ele tem
referido em diversas ocasiões como a sua segunda pátria. É muito positivo que
os presidentes dos países amigos se encontrem, que partilhem informações e que
reforcem laços de solidariedade, sobretudo quando estão a passar por situações
difíceis, como acontece com Moçambique, devido à insurgência armada de natureza
terrorista que afecta o distrito de Cabo Delgado que já provocou mais de três
mil mortes e mais de oitocentos mil deslocados, mas também devido aos efeitos
catastróficos provocados por fenómenos meteorológicos, designadamente
depressões tropicais e cheias devastadoras.
Quando um país passa por essas
situações, a visita de um presidente amigo, cosmopolita e popular é, certamente,
muito estimulante e muito apreciada pelas autoridades locais. A imprensa local, nomeadamente o jornal O País, destacou a visita como um grande acontecimento político.
O presidente
Marcelo tem boas memórias da terra, pois o seu pai foi o governador-geral de
Moçambique entre 1968 e 1970. Por isso, quando ontem esteve no palácio
presidencial da Ponta Vermelha, que foi a sua residência quando o pai foi
governador, declarou: “Sinto-me em Moçambique como se estivesse em casa. É a
minha segunda pátria. E aqui, literalmente, neste palácio como se estivesse em
casa”. Portanto, Marcelo foi um privilegiado pois viveu num palácio e não teve
que andar durante dois anos de camuflado e G3 pelo Niassa e Cabo Delgado, então
chamados os estados de Minas Gerais.
O presidente
Marcelo fez-se acompanhar por uma comitiva cuja dimensão desconhecemos, mas que
incluía muitos jornalistas, exactamente como o comentador Marcelo gosta, para
encher os nossos noticiários televisivos com a sua imagem e os seus palpites sobre tudo e mais
alguma coisa, incluindo assuntos que são da competência do Governo. Como diria o famoso Diácono Remédios, não havia necessidade...
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