domingo, 3 de abril de 2022

Salgueiro Maia, o maior capitão de Abril

O jornal Público evoca na sua edição de hoje o 30º aniversário da morte de Fernando Salgueiro Maia, o capitão que no dia 25 de Abril de 1974 comandou a coluna de blindados que saiu de Santarém e se dirigiu para Lisboa. Na capital começou por ocupar o Terreiro do Paço onde resistiu às forças que se lhe opuseram e, ao fim da tarde, montou o cerco ao quartel do Carmo, forçando a rendição de Marcelo Caetano, o presidente do Conselho de Ministros. Com a sua enorme coragem e grande determinação, Salgueiro Maia deu o principal passo para o derrube da ditadura do Estado Novo e para a instauração da democracia, tornando-se muito justamente num dos maiores símbolos dessa data libertadora, a par de Otelo Saraiva de Carvalho e de outros militares.
Salgueiro Maia morreu em 1992 por doença, quando tinha 47 anos de idade. Apesar de lhe terem sido abertas todas as portas do poder, sempre recusou privilégios ou cargos confortáveis e bem remunerados com que o sistema costuma proteger os mais ambiciosos ou os menos escrupulosos. Essas circunstâncias tornaram-no um militar respeitado, tanto pelos seus companheiros, como pelos seus adversários. O povo compreendeu o seu destacado papel na mudança do regime político, bem como a sua coragem física e a sua generosidade cívica. O seu nome passou a fazer parte da toponímia das nossas cidades e vilas, inspirou criadores e autores, dando origem a manifestações culturais de toda a ordem, na literatura, na música, no cinema e na arte urbana. O filme Salgueiro Maia, o implicado que vai estrear brevemente, é um dos mais recentes tributos à memória do capitão que “nunca quis ser herói”.
Aqui lhe presto, também, a minha grata homenagem.

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