Na sua campanha
para as eleições presidenciais de 24 de Abril de 2022 que o reelegeram com
58,55% dos votos, o candidato Emmanuel Macron tinha defendido a necessidade de
uma nova lei das pensões, para evitar a previsível rutura do sistema. No
princípio do corrente ano, cumprindo o programa eleitoral de Macron, o governo
francês apresentou um pacote legislativo que incluía como principal medida o
alargamento da idade mínima da reforma de 62 para 64 anos e a necessidade de
uma carreira contributiva de 43 anos para aceder a uma pensão de reforma a
100%. Esse alargamento será progressivo, ao ritmo de três meses por ano, com
início no dia 1 de Setembro de 2023, pelo que a idade da reforma só atingirá os
64 anos em 2030.
Apesar do regime
francês ser o mais favorável de toda a Europa, este anúncio provocou uma forte
contestação dos sindicatos e dos partidos da oposição, sobretudo a
extrema-direita de Marine Le Pen e a esquerda de Jean-Luc Mélenchon, tanto no
parlamento como nas ruas. A contestação nas ruas tem sido muito violenta, com
confrontos com a polícia, destruição de equipamento urbano, incêndios e até
assaltos a esquadras da polícia, como as televisões nos vão mostrando. As forças contestatárias esperavam que o
Senado e o Conselho Constitucional travassem as intenções do governo, mas assim
não aconteceu. A validação das intenções governamentais pelo Conselho
Constitucional foi o último acto desta disputa, representando uma vitória
política de Emmanuel Macron, mas os sindicatos já prometeram que as próximas
semanas serão de luta. A imprensa francesa tem dado voz a esta luta contra o
alargamento da idade da reforma e o jornal Libération diz mesmo pas vaincus. Vêm aí dias difíceis para
os franceses!
Em termos de segurança social, as regalias de agora é que interessam. Num futuro não muito longínquo, os filhos e os netos que se lixem!
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