Após dois anos de
guerra na Ucrânia e numa altura em que o Papa Francisco pede uma “solução
diplomática em busca de uma paz justa e duradoura”, o presidente francês Emmanuel
Macron decidiu convidar “os aliados da Ucrânia” para se reunirem em Paris, numa
cimeira destinada a garantir a derrota da Rússia. Quando os Estados Unidos
parecem cada vez mais afastar-se do conflito ucraniano, o presidente Macron
decidiu “pôr-se em bicos de pés”, afirmando que “nous ferons tout ce qu’il faut
pour que la Russie ne puisse pas gagnar cette guerre”, tendo anunciado novos
fornecimentos de armas ao regime de Kiev e recusado excluir o envio de tropas
ocidentais no futuro.
"Escolheu a escalada", com hoje refere um jornal francês. Esta declaração feita perante duas dezenas de chefes de
estado e de governo causou um “choque eléctrico” e deixou Macron isolado, como
hoje noticia o jornal Le Figaro e outros jornais franceses.
Numa sondagem online que está activa
no jornal La Dépêche du Midi,
verifica-se que 90% dos franceses criticam esta posição “imprudente” e
solitária de Macron, enquanto Joe Biden, Olaf Scholz e vários líderes europeus
se demarcaram destas declarações, recusando o envio das suas tropas para o
teatro de guerra ucraniano.
Perante as
trágicas imagens que diariamente nos chegam da guerra e da catástrofe
humanitária que está criada na Ucrânia, o senhor Macron deveria imaginar soluções
para poupar o sacrifício dos ucranianos, em vez de “lançar gasolina para a
fogueira”, até porque parece ignorar a grave situação que lhe está a bater à
porta, de que são exemplo as manifestações dos agricultores europeus em mais de
uma dezena de países e em várias cidades como Bruxelas, Varsóvia, Paris ou
Madrid.
Em vez de dirigentes
excepcionais de que a Europa tanto precisa, vemos Emmanuel Macron a revelar-se como
um homem pequenino, vulgar e com um estatuto que até envergonha os franceses.
Sem comentários:
Enviar um comentário