A Hungria é um país
da Europa Central que tem fronteira com sete países, é membro da NATO desde
1999 e aderiu à União Europeia em 2004. O seu governo é presidido por Viktor
Orbán, que também preside ao partido nacional-conservador, que foi
primeiro-ministro entre 1998 e 2002 e que, depois de 2010, ganhou todas as
eleições parlamentares húngaras, o que faz dele o primeiro-ministro com mais
tempo em funções na União Europeia.
A Hungria assumiu
a presidência rotativa e semestral do Conselho da União Europeia no dia 1 de julho
e, logo no dia seguinte, Viktor Orbán realizou a sua primeira visita à Ucrânia
desde o início da invasão russa. Embora esta viagem possa ter sido resultado de
uma vontade autónoma, é bem possível que tenha sido previamente acordada com as
várias partes interessadas e, em especial, com Putin e com Zelensky. Curiosamente
a imprensa internacional não se interessou por este encontro e o The
Wall Street Journal foi a excepção.
Viktor
Orbán tinha-se encontrado com Putin em outubro de 2023 e é considerado o seu mais
próximo aliado europeu, o que significa que é um dos principais obstáculos aos
esforços europeus para ajudar a Ucrânia, financeira e militarmente. Ao contrário
dos restantes líderes da União Europeia, a Hungria tem bloqueado
sistematicamente o apoio à Ucrânia e tem mantido posições próximas de Moscovo. Durante
a sua visita a Kiev, Viktor Orbán apelou a um cessar-fogo imediato que abra as
portas a uma negociação de paz, enquanto Zelensky considera que é prioritário
falar numa “paz justa e duradoura”.
Pode ser o início de uma caminhada difícil,
mas que é necessário fazer.
Porém,
Viktor Orbán também terá estado atento às tensas relações entre a Ucrânia e a
Hungria, sobretudo, porque existem minorias húngaras na região da Transcarpátia
que os ucranianos têm tentado desnacionalizar, o que pode conduzir a um
conflito adicional.
A Europa é mesmo uma manta de retalhos, com muitas pátrias, pelo que é preciso tratar tudo com muito cuidado.
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