A edição de hoje do jornal Público anuncia que a dívida de cada madeirense é de 30 mil euros, o dobro da média de todo o país. Com uma população de cerca de 262.456 habitantes, a dívida da Madeira atinge actualmente cerca de 8 mil milhões de euros, correspondente a cerca de 30.480 euros per capita, enquanto a dívida directa do Estado português é de cerca de 16.090 euros per capita e, nos Açores, atinge cerca de 12.149 euros per capita.
A Madeira destaca-se, portanto, como a grande devedora nacional, pois gasta muito mais do que aquilo que pode, contrai empréstimos, endivida-se e agora não sabe como pagar.
O orçamento da Madeira é uma equação simples. As receitas são cerca de 680 milhões de euros por ano que correspondem à totalidade dos impostos cobrados na região, mais as transferências anuais superiores a 200 milhões de euros que recebe a título de custos de insularidade e do Fundo de Coesão, enquanto o Estado Português suporta as despesas da Justiça, Defesa e Segurança Social. Por vezes, para aliviar a região, houve reforços orçamentais e perdões de dívidas em contextos políticos de ameaça. Nada faltou à ilha e ao seu gerente, que fez despesa em excesso, se comportou à maneira grega e até teve tempo para se divertir no Carnaval.
Ao longo de mais de trinta anos de governos maioritários e estáveis, a Madeira construiu vias rápidas e túneis, criou um verdadeiro exército de funcionários públicos, distribuiu benesses, protegeu clientelas e promoveu um impressionante novo-riquismo. Sem outra indústria para além do turismo, sem agricultura e sem pescas, a Madeira está em crise e a braços com um elevado desemprego e um novo ciclo de emigração. Nenhuma região do país recebeu tanto dinheiro do exterior, mas persistem as desigualdades sociais, a pobreza, o analfabetismo e o abandono escolar. Há um responsável que tem sido o rosto deste iminente naufrágio desde há mais de trinta anos, por vontade dos madeirenses. É um verdadeiro tigre de papel, arrogante, malcriado e ameaçador. Nem sei se é competente. É a altura de lhe serem pedidas responsabilidades porque, cada vez mais, a Madeira é uma nau frágil e sem rumo.
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