A tradição
histórica portuguesa atribuiu a todos os Reis de Portugal um cognome que, em relação
a cada um, define uma qualquer característica dominante da sua acção, da
sua personalidade ou do seu aspecto físico, que o distinguiu dos seus
antecessores e dos seus sucessores. Assim, desde 1139 tivemos, por exemplo, O Conquistador, O Povoador, O Agricultor,
O Justiceiro, O Africano, O Príncipe
Perfeito e O Desejado. Depois, tivemos
O Magnânimo, A Piedosa, O Clemente, A Educadora e esta sucessão acabou com
D. Manuel II em 1910 com O Patriota.
Com a implantação
do regime republicano essa tradição dos cognomes perdeu-se e Manuel de Arriaga,
António José de Almeida, Américo Thomaz, Mário Soares ou Jorge Sampaio não
ficaram na nossa história com qualquer cognome. Porém, parece que as coisas estão
a mudar e que agora temos Aníbal, o
Avisador. Quando se esperava uma acção mobilizadora e o exercício de um
poder moderador da Presidência da República e se desejava um exemplo de
austeridade e de poupança nas despesas presidenciais com assessores, conselheiros, viagens e viaturas, verificamos que em cada discurso ou em cada declaração domina o aviso, sendo muitas vezes referido “que não foi por falta de aviso” ou “eu já tinha
avisado”. No recente e controverso discurso do 25 de Abril voltou à mesma ideia
e disse: "Não me venham dizer depois que eu não avisei em devido tempo". Não há paciência para ouvir isto. Fazer avisos é a matéria em que se especializou e, presidencialmente, isso é muito pouco na actual situação por que passamos. Não é assim que se fica na história.
Ou se fica... (na história).
ResponderEliminarJCruz
O Cavaco é o nosso Oráculo. Recentemente terá avisado o seu circulo de amigos mais próximos do BPN que Lisboa vai sofrer um terramoto em 1755.
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