Nos últimos dias
foram divulgados alguns indicadores económicos relativos ao 2º trimestre de
2013 que, se não fossem resultantes de situações sazonais, seriam excelentes
sinais de recuperação económica.
O desemprego caiu
para 16,4%, isto é, teve uma quebra de 1,3% relativamente ao trimestre anterior
(mais 1,4% em relação ao mesmo período de 2012), enquanto o produto cresceu
1,1% relativamente ao trimestre anterior (menos 2,0% em relação ao mesmo
período de 2012). Enquanto o aparatik
tem utilizado estes números com euforia e como propaganda, designadamente na
televisão, outros têm ficado na expectativa para ver se estes sinais têm
sustentabilidade. O próprio ministro da Economia foi um homem bem avisado e
considerou surpreendente a dimensão da redução do desemprego, pelo que pediu “cautela” em relação a este indicador e,
alguns dias depois, pediu “prudência”
na análise dos dados relativos ao crescimento do produto.
Vem isto a
propósito de uma informação veiculada pela Ordem dos Engenheiros, baseada nas
declarações abonatórias que passou aos seus sócios: nos primeiros sete meses do
ano emigraram 436 engenheiros, quase tantos como os 452 que emigraram em 2012 e
mais do dobro dos 207 que emigraram em 2011. Haverá indicador mais preocupante
do que este? Haverá algum país que se possa desenvolver com esta sangria de
engenheiros? Ou será que os engenheiros portugueses “ouviram” o apelo do seu
governo para emigrar? Numa altura em que precisamos dos melhores, o
investimento feito na formação dos nossos engenheiros está a servir noutras
paragens. Com este quadro, como é que há gente eufórica com o crescimento do
produto no 2º trimestre?
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