A equipa do Sport
Lisboa e Benfica venceu o Campeonato Nacional de Futebol da 1ª Divisão, agora
chamado Liga NOS e, como muitas vezes se afirma, houve “6 milhões de
portugueses” que ficaram satisfeitos e felizes. Foi a vitória de uma equipa com
demasiados jogadores estrangeiros sobre outras equipas, também com demasiados jogadores
estrangeiros e essa desnacionalização do nosso futebol é tão significativa como
a desnacionalização do nosso tecido empresarial, como sucedeu com a Cimpor, a
PT, a REN, a EDP, a ANA, os Correios e, agora, a TAP. Os novos tempos são assim
e não adianta que nos queixemos. O que realmente interessa é que haja tantos
portugueses satisfeitos e felizes, mesmo
que seja por uma vitória num campeonato de futebol, esquecendo por uns dias o
sombrio panorama que nos cerca e que nos revela enormes incertezas quanto ao
futuro.
A festa começou
no passado fim de semana em Guimarães e estendeu-se à capital com grandes
festejos na Praça Marquês de Pombal, que ontem chegaram até ao Estádio da Luz.
Houve alguns problemas, mais ou menos esperados. O futebol sempre foi um escape
emocional para o povo e, por isso, é natural que depois de muitas semanas de
ansiedade, de muitos jogos e de off-sides,
de golos e de penaltis, de lesões e
de cartões, de boas e más arbitragens, de entrevistas e de comentários, aconteça
esta enorme onda de alegria que envolveu os tais “6 milhões de portugueses”.
Porém, para aqueles que realmente gostam de futebol e das imagens que aquele
espectáculo proporciona, a forma como a comunicação social – imprensa, rádio e
televisão – tratou este assunto foi absolutamente desproporcionada e abusiva. O
Sport Lisboa e Benfica e a sua justa vitória desportiva não mereciam ser
instrumentalizados como foram por uma espécie de jornalistas do futebolez e pela sua manifesta
mediocridade e subserviência.
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