Hoje vão a votos os
5 milhões e meio de eleitores catalães e o que se deseja é que o façam com
opções serenas e sem o peso da carga emocional dos últimos tempos. O passado
histórico e a grandeza cultural da Catalunha e da Espanha, ou da Espanha e da
Catalunha, exigem essa serenidade.
Segundo as
sondagens está tudo em aberto, isto é, verifica-se um empate técnico entre
os constitucionalistas e os independentistas ou entre a legalidade autonómica e a
tensão soberanista. Da mesma forma, também a escolha da força política mais
votada, que em princípio governará a Catalunha, entra no campo das incertezas.
Perante esta situação que revela uma enorme fractura social, vão
ser o milhão de eleitores indecisos, correspondentes a 20% do eleitorado, que
irão decidir hoje o futuro da Catalunha, que só pode passar pela reconciliação e pelo diálogo.
Não há alternativa, como se viu quando Puigdemont quis dar uma passada maior do
que a perna, trouxe os seus ideais para a rua e acabou quase escondido em Bruxelas.
Além disso, é
desejável que as eleições tragam estabilidade às mais de três mil empresas que deixaram
a Catalunha perante a ameaça independentista, para que regressem para assegurar
a prosperidade e o bem estar dos catalães. Por isso, hoje também se joga o destino económico
da Catalunha.
Desejavelmente, o
resultado terá que proporcionar condições de diálogo e de reconciliação, que conduzam à satisfação
dos catalães que querem ser independentes e dos que não querem ser
independentes. Saberemos hoje se Puigdemont e Oriol-Junqueras continuarão a ser as vozes
dominantes para continuar com o processo independentista e a sua conflitualidade, ou se surgirão
Arrimadas e Iceta como protagonistas de um comportamento mais dialogante, mais
construtivo e mais democrático.
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