Jair Bolsonaro, o presidente da República Federativa
do Brasil, ia participar pela primeira vez na reunião do G20, o grupo de que
junta os líderes das maiores economias do mundo que se irão encontrar em Osaka
nos próximos dois dias.
Acontece que uma parte da sua comitiva constituída por
21 militares que dão apoio ao presidente, viajou por antecipação, tendo o avião
da Força Aérea do Brasil feito uma escala em Sevilha. Nessa escala e no
decorrer de um controlo alfandegário de rotina, as autoridades espanholas
detiveram um militar que servia como comissário de bordo e que transportava 39
quilos de cocaína, que estava dividida em pacotes colocados na sua bagagem de mão.
O caso deixou toda a gente perplexa por ter sido possível que alguém ousasse
transportar tanta cocaína num avião oficial e até o presidente Jair Bolsonaro, que
ao ser eleito
prometeu combater o crime e as drogas como nunca antes no país, ficou
naturalmente muito embaraçado, até porque se assumia como um defensor dos militares, que
considera como uma espécie de reserva moral da nação brasileira. A imprensa
internacional relatou o insólito caso e, no Brasil, diversos jornais como O Dia,
que se publica no Rio de Janeiro, deram grande destaque a esta notícia que
constitui um grande embaraço para o Brasil e para o seu presidente.
Entretanto, o presidente em
exercício já lamentou o sucedido e afirmou que o militar actuou como “mula
qualificada” de alguém, enquanto o avião presidencial que se previa também fizesse
uma escala em Sevilha, alterou os seus planos e desviou a sua rota para
Lisboa onde utilizou a base aérea de Figo Maduro. O que não há dúvidas é que o Brasil, ou uma parte do Brasil, parece atravessar uma séria crise de valores éticos e morais. Como escreveu a jornalista Alexandra Lucas Coelho "nunca antes na história do país a vergonha do Brasil foi tão mundial".
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