sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Não esqueçamos o povo irmão de Timor

As relações entre Macau e Timor tornaram-se íntimas desde que em 1844 ambos foram desligados do Estado da Índia e das autoridades de Goa, tendo passado a constituir a província de Macau, Solor e Timor, com um governador residente em Macau e um governador subalterno em Timor, dele dependente. Depois, ainda houve algumas alterações deste quadro político, mas em 1863 o território de Timor foi declarado como província ultramarina de Portugal, tendo a vila de Dili sido elevada à categoria de cidade.
A distância de Lisboa foi apenas uma das razões porque Timor nunca se desenvolveu, embora existam alguns edifícios que  testemunham alguma coisa do que foi feito pelas autoridades portuguesas e pelas missões católicas. Um deles, construído em 1932 e actualmente em ruinas, é o belo edifício escolar do reino de Kelicai, no distrito de Baucau e nas proximidades do famoso monte Matebian que tem 2316 metros de altitude, que parece ter sobrevivido à ocupação japonesa (1942-1945) e indonésia (1975-1999). A escola funcionou até 1942 e só voltou a funcionar em 2014, mas em condições muito precárias, com as salas cobertas com folhas de zinco, bambu e folhas de palmeira. O jornal macaense ponto final veio agora divulgar que foi constituída uma Associação de Reabilitação do Edifício Escolar do Reino de Kelicai–Timor Leste (AREESK-TL) para recuperar e salvaguardar aquele edifício histórico e com ele preservar a cultura portuguesa em Timor Leste. O presidente não executivo desta associação é o bispo D. Ximenes Belo, prémio Nobel da Paz em 1996. Nesta altura estão reunidos 25 mil euros dos 360 mil que são necessários para reabilitar a escola onde 200 alunos do ensino secundário, entre outras coisa, poderão aprender o português.
Tanto quanto sei, há várias associações de amizade Portugal–Timor Leste registadas. Então, se existem, que façam alguma coisa de útil e que, ao menos uma delas, se interesse por este desafio que é a reabilitação da escola de Kelicai.


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