Existe uma grande
rivalidade e uma potencial conflitualidade entre a Grécia e a Turquia que tem
raízes históricas, mas que se acentuou depois de 1832 quando a Grécia se tornou
independente do Império Otomano. Os dois vizinhos do Mediterrâneo Oriental são
distintos, tanto cultural como religiosamente, e têm passado por períodos de
hostilidade, incluindo quatro guerras greco-turcas intercalados com períodos de
reconciliação e cooperação. Em 1952 ambos entraram na NATO, não só como
fronteira atlântica a oriente, mas também para encontrarem novas formas de
relacionamento.
Tudo corria bem, mas em 1974 a Turquia invadiu Chipre e a instabilidade voltou a ameaçar os dois países, embora o desejo turco de entrar na União Europeia tivesse atenuado essa tensão.
Tudo corria bem, mas em 1974 a Turquia invadiu Chipre e a instabilidade voltou a ameaçar os dois países, embora o desejo turco de entrar na União Europeia tivesse atenuado essa tensão.
Porém, foram recentemente
descobertas reservas de gás natural no Mediterrâneo Oriental, sobretudo na área
marítima da ilha de Chipre, onde se cruzam interesses gregos, cipriotas e
turcos, que se assumem como os defensores dos direitos da República Turca do
Chipre do Norte.
A questão resulta
da definição das plataformas continentais, pois os gregos entendem que devem
ser calculadas com a inclusão das suas ilhas, enquanto os turcos rejeitam esse
cálculo. A questão é polémica e apesar de haver países a querer arbitrar este
conflito, os turcos avançaram para aquela área com um navio de investigação e
dois navios militares de apoio “para defender os seus direitos de exploração de
recursos”.
A Grécia tratou
de afirmar que defenderá a sua soberania e os seus direitos soberanos, tendo
pedido à Turquia que se retire da “plataforma continental grega” e tratou de
enviar navios de guerra para monitorizar os turcos. Entretanto, entre muitas
solidariedades que os gregos têm na União Europeia, está a França que, segundo
anunciou hoje o jornal Le Figaro, acaba de vender 18 aviões de combate Rafale,
helicópteros e fragatas à Grécia. Nestas situações os franceses nunca perdem
tempo…
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