segunda-feira, 10 de abril de 2023

O entusiasmo espanhol pela “festa brava”

Nunca fui aficionado nem entusiasta da festa brava, ao contrário de muitos dos meus amigos que são verdadeiros apaixonados por essa tradição cultural e são capazes de percorrer muitas centenas de quilómetros para assistir a uma corrida de touros, tanto em Portugal como em Espanha.
Naturalmente, a festa brava que foi a paixão de Picasso e de Hemingway, já conheceu tempos melhores em Portugal, pois os grupos de defesa dos direitos dos animais e do bem-estar animal têm estado muito activos na condenação da crueldade que envolve as actividades tauromáquicas, daí tendo resultado que a televisão pública portuguesa deixou de transmitir touradas desde 2021, apesar dessas transmissões televisivas terem larga audiência. Porém, goste-se ou não das touradas, enquanto espectáculos em que são lidados touros bravos, a pé ou a cavalo, o facto é que elas são uma importante marca identitária da cultura portuguesa, sobretudo em algumas regiões. Assim, contrariando os grupos de pressão que se opõem às touradas, são conhecidos mais de cinco dezenas de municípios portugueses que declararam a tauromaquia como Património Cultural Imaterial, de acordo com os critérios definidos pela UNESCO.
Existem as corridas de touros à portuguesa e à espanhola, mas enquanto as primeiras se caracterizam pelas cortesias, pela lide a cavalo e pela pega do touro (um prática iniciada em 1836 quando a rainha D. Maria II proibiu a morte dos touros na arena), as corridas à espanhola geram entusiasmos indescritíveis e são caracterizadas pela lide apeada e pela morte do touro.
Ontem foi a tarde inaugural da temporada sevilhana em que “la fiesta resucita en la Maestranza”, a mais antiga praça de touros espanhola. O Diario de Sevilla publicou com grande destaque a notícia da corrida ontem realizada na Real Maestranza de Sevilla em que actuou Julián López, El Juli, que “cortó dos orejas, aunque los toros de Núñez del Cuvillo no estuvieron a la altura de la cita”.

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