Todos os jornais espanhóis enchem hoje a sua
primeira página com uma fotografia de homenagem à equipa feminina de futebol da
Espanha, que ontem bateu a equipa inglesa na final da FIFA Women’s World Cup
2023 disputada em Sydney. Um desses jornais é o El País, que na sua capa
abdicou de todo o seu noticiário internacional e da problemática da formação do
novo governo espanhol, para destacar as novas “campeonas del mundo”.
Foi o delírio completo e a imprensa limita-se a
reflectir a onda de entusiasmo nacional que atravessa toda a Espanha. Os povos vivem destas alegrias e o delírio espanhol é justificado. Num país
onde são enormes as rivalidades regionais, as tensões separatistas e a
diversidade linguística e cultural, esta vitória futebolística trouxe consigo
um sentimento de unidade nacional que há muitos anos não se verificava. As
“campeonas del mundo” deram um bom contributo para a unidade da Espanha e "nuestros hermanos" estão em festa.
Hoje, o rei Filipe VI recebe os dois principais
líderes políticos espanhóis que são candidatos a primeiro-ministro,
respectivamente Pedro Sánchez e Alberto Núñez Feijóo. Os dois principais blocos políticos espanhóis estão empatados e a governabilidade depende dos compromissos e das alianças com os
pequenos partidos, mas sobretudo das suas exigências. O rei tem apenas um poder moderador e
a situação é complexa mas, provavelmente, o ambiente no palácio de La Zarzuela
será de serenidade e boa disposição, porque todos ainda estarão a viver a
euforia da vitória espanhola na FIFA Women’s World Cup 2023.
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