O Eurostat
divulgou ontem o seu news release
84/2015, com a estimativa rápida dos resultados do desempenho económico
comunitário no 1º trimestre de 2015, verificando-se que, tanto para a Zona Euro
(ZE19), como para a totalidade da União Europeia (UE28), houve um crescimento do
produto de 0,4% relativamente ao 4º trimestre de 2014. Em termos homólogos ou
anuais, isto é, em comparação com o 1º trimestre de 2014, a economia da ZE19
cresceu 1,0%, enquanto a economia da UE28 cresceu 1,4%. Os comentadores e os
analistas atribuiram esta boa evolução ao plano Draghi, à desvalorização do
euro e à baixa do preço do petróleo, ao mesmo tempo que contemplam com alguma
inveja o crescimento de 3,0% que se verificou nos Estados Unidos. A economia da
Europa, tal como muitas outras coisas, não vai bem.
Relativamente a
Portugal, os resultados divulgados pelo INE e pelo Eurostat coincidem, isto é,
verificou-se um crescimento do produto português de 0,4% no 1º trimestre de
2015 e um crescimento homólogo ou anual de 1,4%. Este resultado é satisfatório
e está na chamada média europeia, significando que a nossa economia esteve em
linha com as outras economias europeias, mas mostra que continuamos sem
convergir com as mais desenvolvidas, que ficamos mais para trás e que este
crescimento não é gerador de emprego. O PIB cresce, mas, sem investimento nem emprego a nossa economia não consegue convergir com "o pelotão da frente" e não tira partido do dinamismo espanhol.
Dos resultados relativos
a 19 países que foram divulgados no news
release do Eurostat verifica-se que mais de metade tiveram um crescimento
do produto superior ao que se verificou em Portugal (1,4%), assim sucedendo por
exemplo com a Roménia (4,2%), a Hungria (3,1%), a Eslováquia (2,9%), a Espanha
(2,6%), o Reino Unido (2,4%) e a Holanda (2,4%).
Os resultados relativos
à economia portuguesa são animadores, até porque actualmente há economias em
recessão (Finlândia e Grécia), mas não justificam o delírio e o triunfalismo serôdio e
injustificado de algumas vozes que aproveitam estes números para pintar com
cores claras aquilo que é uma situação complicada de estagnação e de paralisia económica que todos observamos, com muitas empresas encerradas, muitas lojas falidas, tantos jovens desempregados e
tantos idosos sem protecção.
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