As eleições
legislativas em Espanha realizam-se no próximo domingo e todos os dias a
imprensa publica sondagens. Hoje, também o El País publica a sua sondagem: PP
de Mariano Rajoy (25%), PSOE de Pedro Sánchez (21%), Podemos de Pablo Iglesias
(18%) e Ciudadanos de Albert Rivera (18%).
Como se vê, a
Espanha está embrulhada numa situação governativa semelhante à que aconteceu em
Portugal depois das eleições de 4 de Outubro, isto é, nenhuma força política
terá maioria para governar e daí que sejam necessárias coligações ou alianças.
A imprensa hoje apresenta as duas alternativas que lhe parecem mais prováveis:
um pacto entre o PP e o C’s ou uma aliança entre PSOE, Podemos e C’s. Em
qualquer dos casos, haverá uma nítida rejeição da actual política de Mariano
Rajoy e da sua subordinação aos baronetes neoliberais da Europa. É bem possível
que nos próximos dias os espanhóis falem da solução portuguesa, aquela que tanto
surpreendeu e deixou engasgados o par Passos & Portas e os jovens radicais
que os seguem. Independentemente dos resultados eleitorais que se verificarem em
Espanha, não é de prever que alguém faça o ridículo discurso da vírgula que Portas fez e que os seus telmoscorreias repetiram exaustivamente.
Observados daqui do rectângulo, parece que nem Rajoy, nem Sánchez, nem
Iglesias, nem Rivera, têm o despudor e nem a falta de vergonha exibida durante
várias semanas pelos inconsoláveis políticos que perderam o poleiro e pelos
seus ideólogos-comentadores do tipo fernandes+marquesmendes.
Atentemos, pois, nas eleições espanholas ou no 20-D, como eles gostam de se
lhes referir.
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