Embora haja
notícias a revelar que há muita gente que procura a paz na martirizada Síria, o
facto é que a guerra prossegue no terreno. Diz-se que as forças de Bashar
al-Assad recuperam posições e que a oposição síria e o ISIS ou Daesh perdem
terreno, enquanto Allepo e muitas outras cidades sírias estão destruidas, havendo
milhões de refugiados que procuram a Europa. Nos espaços aéreos
da região cruzam-se aviões de muitas origens, que não apenas russos,
americanos, franceses, ingleses, canadianos, turcos, sauditas e outros, todos a
reclamar acções contra o Daesh. Agora são os holandeses a entrar neste teatro
que mais parece um treino de guerra aérea preparatório de qualquer coisa que possa vir a
acontecer no futuro, do que uma acção coordenada para fazer frente a uma ameaça
comum.
Os turcos são
muito suspeitos como suporte logístico do Daesh e têm aproveitado a ocasião para
se lançarem sobre os curdos e para atacar as suas pretensões independentistas.
Agora desafiam os sauditas para lançarem uma ofensiva comum contra as forças
de Bashar al-Assad e para uma invasão do território sírio, ao mesmo tempo que
os russos e os iranianos já anunciaram que reagirão com firmeza a essa iniciativa. Nunca se
falou tanto numa terceira guerra mundial e, na edição de hoje do Le
Figaro, o jornal destaca os bombardeamentos da Turquia aos curdos e da
Rússia à oposição síria, o que mostra que cada qual ataca indirectamente o seu
adversário principal e que a Rússia e a Turquia estão cada vez mais em rota de
colisão.
Estamos realmente perante um problema muito sério que perturba e
ameaça a paz mundial e, porque tudo isto acontece desde há cinco anos, não é
difícil encontrar os grandes responsáveis por esta enorme calamidade, pois muitos deles continuam
instalados no poder em vários países.
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