quarta-feira, 25 de abril de 2018

Macron ou um novo Marquês de Lafayette

O Presidente Emmanuel Macron acaba de fazer uma visita oficial aos Estados Unidos e, de acordo com as imagens que foram divulgadas pelas agências noticiosas, o Presidente Donald Trump recebeu-o com grande proximidade e simpatia.
Não admira esta paixão repentina. O Donald precisa de ter amigos e nada melhor do que um compatriota do Marquês de Lafayette, o francês que foi um dos braços direitos de George Washington na Revolução Americana, enquanto com esta visita o Emmanuel aproveita esta oportunidade para brilhar, mesmo que tenha que esquecer o que há tempos disse do Donald quando ele denunciou os acordos de Paris. É a realpolitik e o preço foi apenas o lançamento de uns mísseis contra a Síria.
Naturalmente, o Donald e o Emmanuel foram as vedetas desta visita oficial e abraçaram-se, beijaram-se e apareceram em público de mãozinha dada, como hoje mostra a edição do The Independent. O diário The Times escolheu para título "La grande séduction" e escreveu-o em francês. Nem a Melania, nem a Brigitte, lhes chegaram aos calcanhares, apesar de terem aparecido exuberantes, com vestimentas novas e do melhor que os mais famosos costureiros produzem.
Os dois presidentes têm pouco em comum, mas cada um deles serviu-se do outro. Depois do apagado François Hollande, a França tem agora um Macron inteligente e ambicioso a querer liderar a Europa, embora não pareça que os franceses gostem desta amizade. Vamos agora esperar para ver como é que os parceiros europeus de Macron e a própria opinião pública francesa vão reagir a esta sua inesperada atracção pelo trumpismo.

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