Ontem, dia 1 de
Abril, aconteceu o Domingo de
Resurrección en Sevilla, uno de los días grandes del año taurino, com a
primeira das treze corridas de touros programadas para este mês na Real Maestranza
de Caballería de Sevilla.
Foi o início da temporada sevilhana de 2018 e a edição
local do jornal ABC dedicou a
sua primeira página ao acontecimento e, tal como muitos outros jornais
espanhóis, fez o relato técnico da corrida em que participaram os diestros Antonio Ferrera, José María Manzanares e Andrés Roca Rey
com as suas cuadrillas, numa plaza de toros cheia e onde no cabía ni un alfiler. O peruano Andrés Roca Rey foi o triunfador do
dia, enquanto José María Manzanares sofreu uma espectacular
colhida, embora sem consequências.
A tauromaquia ou arte de lidar touros
é uma antiga tradição ibérica que foi exportada para os países americanos de
língua espanhola, mas é uma arte muito polémica que tem tantos apaixonados
defensores, como persistentes detractores. Na maioria das comunidades
espanholas as corridas de touros a pé ou a cavalo são legais e em algumas delas
foram declaradas como “bien de interés cultural y patrimonio cultural
inmaterial”, mas na Catalunha e nas Canárias foram simplesmente proibidas. Em
Portugal existe a mesma polémica a respeito das touradas mas com aspectos
próprios, até porque a morte dos touros foi proibida em 1836, tendo surgido
desde então os grupos de forcados e as pegas ou imobilização dos touros só com
as mãos, que são uma prática exclusivamente portuguesa.
Embora não sendo um aficionado por
estas práticas, aprecio o entusiasmo espanhol pela festa brava e reconheço que
há muita gente em Portugal que cultiva a cultura taurina, sobretudo no Ribatejo
e no Alentejo.
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