Perfazem-se hoje
500 anos sobre o dia em que Fernão de Magalhães largou de Sanlúcar de Barrameda
para iniciar a sua viagem para as Molucas, navegando para ocidente em nome do
jovem rei Carlos I de Espanha, que subira ao trono em 1516 e que em 1519 se tornou no imperador Carlos
V da Alemanha.
Nos cinco navios
da expedição – San Antonio, Trinidad, Concepción, Victoria e Santiago – embarcavam 237 homens de
muitas nacionalidades, incluindo 64 andaluzes, 31 portugueses, 29 bascos, 26 italianos,
19 franceses, 15 castelhanos, 9 gregos, 7 galegos, 5 asturianos, 5 flamengos e
4 alemães, além de elementos de outras nacionalidades. O veneziano António Pigafetta, que foi o principal cronista da viagem, escreveu no seu diário:
El martes 20 de septiembre partimos de
Sanlúcar, navegando con viento de garbino, y el 26 llegamos a una de las islas
Canarias, llamada Tenerife, situada en los 28º de latitud septentrional.
Hoje o Diário
de Notícias é um dos jornais que evoca essa efeméride histórica.
A viagem
constituiu a maior aventura que, até então, foi realizada pelo ser humano. Com
base nas informações recolhidas pelas explorações portuguesas na margem
ocidental do Atlântico e dos conhecimentos cartográficos do tempo, nomeadamente a carta de Martin
Waldseemuller, o obstinado Fernão de Magalhães procurou e encontrou a
passagem – o Estreito de Todos-os-Santos, depois chamado Estreito de Magalhães
– que ligava o oceano Atlântico ao oceano Pacífico, que percorreu com
felicidade entre os dias 1 e 28 de Novembro de 1520.
A expedição, então
com três navios apenas, atravessou depois o Pacífico e, no dia 27 de Abril de
1521, Magalhães morreu em combate na ilha de Mactán, nas Filipinas. Algum tempo
depois, o basco Juan Sebastián de Elcano assumiu o comando da nau Victoria, navegou para oeste até ao cabo
da Boa Esperança e, no dia 6 de Setembro de 1522, chegou a Sanlucar de
Barrameda com 18 homens. Sem que esse fosse o seu objectivo inicial, tinham
concluído a primeira volta ao mundo.
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