quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Uma aliança para deter a ambição chinesa

Se havia dúvidas quanto às preocupações americanas em relação à ascensão do poderio económico e militar chinês, o anúncio ontem feito em simultâneo por Joe Biden, Boris Johnson e pelo primeiro-ministro australiano Scott Morrison, veio desfazê-las.
Os Estados Unidos, o Reino Unido e a Austrália anunciaram ter assinado uma aliança estratégica ou um pacto de segurança válido na região do Indo-Pacífico, para deter as ambições expansionistas chinesas. Daí ter nascido a AUKUS (uma sigla que junta a Austrália, o Reino Unido e os Estados Unidos) com o objectivo de aprofundar as questões da diplomacia, da segurança e da cooperação na defesa daquela região e para enfrentar os desafios do século XXI. 
Segundo o que foi anunciado, esta aliança vai permitir que a Austrália se equipe com submarinos de propulsão nuclear, o que significa que vai abandonar o programa francês de aquisição ou modernização de submarinos convencionais que substituiria os seus antiquados submarinos da classe Collins, que já têm duas décadas de vida. Esse contrato tinha sido assinado em 2016 entre o governo australiano e a empresa francesa Naval Group, uma das principais empresas de construção naval europeias e, segundo foi anunciado, importaria em 40 mil milhões de dólares. Foi, portanto, um duríssimo golpe para a poderosa indústria de defesa francesa, mas também para toda a indústria europeia, enquanto fornecedora de componentes.
Esta nova aliança estratégica pretende travar o expansionismo chinês na região e em especial no mar da China, mas o seu impacto económico é tão grande e é tão penalizador para a França e para a Europa, que a edição americana do Financial Times a destacou hoje como a notícia do dia.

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