Na 2ª volta das
eleições presidenciais francesas que ontem se realizaram, o candidato Emmanuel
Macron foi reeleito com 18,779 milhões de votos (58,5 %), enquanto a sua
adversária Marine Le Pen conseguiu 13,297 milhões de votos (41,5 %).
A vitória de
Emmanuel Macron foi inquestionável, mas se compararmos os resultados de ontem com
os resultados das eleições presidenciais de 2017, em que Macron conseguiu cerca
de 20,743 milhões de votos (66,1 %) e Marine Le Pen obteve 10,638 milhões de
votos (33,9 %), verificamos que, entre 2017 e 2022, Macron perdeu cerca de dois
milhões de votos e que Marine Le Pen subiu a sua votação em mais de dois
milhões e setecentos mil votos. Estes resultados foram considerados uma vitória
do europeísmo e uma derrota do populismo, mas a vitória de Macron tem um sabor
amargo e constitui um desafio para o seu segundo mandato: por um lado houve cerca
de 28 % de abstenções que corresponderam a cerca de 14 milhões de franceses que
não foram às urnas e, por outro, ele recebeu alguns milhões de votos de
eleitores que lhe deram o seu voto apenas porque o não queriam dar a Le Pen. Como
disse Jean Luc Mélenchon, o líder da extrema-esquerda, o presidente Macron
sobreviveu “num oceano de abstenção e de votos brancos e nulos”.
Emmanuel Macron
sabe bem as dificuldades que o esperam tanto interna como externamente, tendo declarado
que “já não sou candidato de alguns, mas sou o presidente de todos”,
acrescentando que “sei que um grande número dos nossos compatriotas votaram
hoje por mim, não por me apoiarem, mas para fazerem barreira à extrema-direita,
mas quero dizer-lhes que tenho consciência da minha dívida nos próximos anos".
Todos sabem o
empenhamento com que Macron procurou evitar a guerra na Ucrânia, cujo esforço só
foi suspenso devido à sua campanha eleitoral. Espera-se agora que Emmanuel
Macron volte a restabelecer contactos com Moscovo e Kiev, para ajudar a fazer o
que tem que ser feito: o cessar-fogo na Ucrânia.
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