O jornal The
National que se publica na cidade-ilha de Abu Dhabi, a capital dos
Emirados Árabes Unidos, destaca como manchete da sua edição de ontem, o apelo
do xeque Mohamed para que a Rússia e a Ucrânia conversem e se entendam. Numa
altura em que a tensão à volta da Ucrânia se agrava e em que se fala mais de
mísseis, de sistemas de defesa anti-aérea e de produção de mais armamento, a
voz dos Emirados é prudente e sensata, apelando a conversações entre as partes
e à paz, isto é, recusando a lógica que tem prevalecido de destruir ou de
enfraquecer o adversário. O xeque Mohamed sabe que nesta guerra não haverá
vencedores e que todos sairão a perder.
Os Emirados
Árabes Unidos são uma confederação de sete monarquias ou emirados árabes, cujo
primeiro-ministro e vice-presidente é o xeque Mohamed, a designação honorífica
de Mohammed bin Rashid Al Maktoum, que também é o emir do Dubai. Este homem que
é muito poderoso e governa uma das regiões mais ricas do mundo, além de ser o
sexto maior produtor de petróleo do mundo, visitou São Petersburgo e
encontrou-se com Vladimir Putin, a quem informou da sua política de apoiar a
paz e a estabilidade e “pediu a continuação de políticas sérias para resolver a
crise ucraniana, independentemente de quão difícil ou complexa possa ser”.
Note-se que os Emirados desempenharam um papel fundamental de mediação na
recente troca de prisioneiros entre a Rússia e a Ucrânia e que, antes de de
visitar São Petersburgo, o xeque Mohamed esteve em Kyev.
Estamos,
portanto, perante um activo mediador no conflito ucraniano e os seus esforços
nesta causa justificam o nosso aplauso.
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