Na madrugada do
passado dia 28 de janeiro, uma base militar logística americana instalada no
território da Jordânia foi atacada por drones,
daí resultando a morte de três soldados americanos e de mais de três dezenas de
feridos. Estes soldados foram as primeiras vítimas mortais americanas nesta região desde o
dia 7 de outubro, quando teve início a guerra entre Israel e o Hamas.
O ataque foi
atribuído a grupos pró-Irão activos na Síria e no Iraque e, de imediato, o presidente
Joe Biden juntou-se ao luto pela morte destes soldados e declarou que os
Estados Unidos iriam retaliar. Logo que as urnas dos soldados regressaram a
casa e foram recebidas por Joe Biden e outros dignitários americanos, as forças
dos Estados Unidos lançaram ataques com aviões e bombardeiros contra 85 alvos com
ligações à Guarda Revolucionária Islâmica que se localizam na Síria e no Iraque,
causando 34 mortos e significativas destruições. Joe Biden não só assumiu a
responsabilidade por esta resposta como afirmou que a retaliação ”continuará de
acordo com o calendário e nos locais que decidirmos”. Muitas vozes se
levantaram contra a desproporcionalidade da reacção americana que, seguramente,
pretendeu mostrar ao eleitorado americano que o candidato Joe Biden é um homem
que defende a América com coragem e com energia…
Embora os Estados
Unidos tenham vindo a repetir que pretendem evitar que o conflito no Médio
Oriente alastre e continuemos a ver Antony Blinken a visitar regularmente a região com
esse objectivo, há quem considere que este incidente parece aproximar os
Estados Unidos de um conflito directo com o Irão. De facto, nos últimos quatro
meses, os Estados Unidos não só estiveram ao lado de Israel sem nunca se
demarcarem claramente da violência que tem sido exercida sobre Gaza, como já
intervieram no Líbano, no Iémen, no Iraque e na Síria, violando a soberania e a
integridade territorial desses países e a Carta das Nações Unidas.
Os Estados Unidos
abandonaram o Afeganistão em Agosto de 2021 depois de uma ocupação militar que
durou vinte anos, mas não é claro se pretendem ou não voltar a envolver-se numa
guerra no Médio Oriente. Provavelmente, Joe Biden só quer impressionar o
eleitorado americano e a capa da edição do Daily News dá-lhe uma boa ajuda…
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