O jornal inglês The Guardian destaca hoje em primeira página as preocupações britânicas quanto ao novo submarino nuclear HMS Astute, que se previa ser a mais sofisticada unidade alguma vez construída para a Royal Navy, mas que está a revelar muitas falhas de construção e a levantar dúvidas quanto aos seus futuros desempenho e segurança, para além de não atingir a velocidade contratada, exibir muitas corrosões e ter demasiadas infiltrações de água. Os submarinos são um meio de defesa e de dissuasão das grandes potências marítimas, mas também são frequentemente considerados como a “arma dos pobres”.
Nesta perspectiva, a posse de submarinos não é um luxo, mas um factor de dissuasão e de afirmação do Estado. Porém, enquanto em Portugal se discute muitas vezes a necessidade de haver dois submarinos que custaram 500 milhões de euros cada um - todas as nações marítimas da Europa de média dimensão têm frotas de submarinos bem mais numerosas - no Reino Unido discute-se se o primeiro dos sete submarinos nucleares da classe Astute satisfazem ou não as especificações de uma encomenda no valor de 9,75 mil milhões de libras (12,15 mil milhões de euros), ao preço unitário de 1,75 mil milhões de euros.
No caso de Portugal, cujas águas jurisdicionais são a 11ª área marítima mais extensa do mundo e a maior da Europa, maior por exemplo do que as da Índia ou as da China, é a Marinha que assegura a autoridade do Estado, a defesa militar, a segurança e o apoio à exploração económica e científica do mar, através das suas estruturas e dos seus meios, entre os quais estão apenas dois submarinos.
Parabéns! É a primeira vez que vejo alguém defender a compra dos submarinos. Só tenho pena que este tema tenha sido sistemáticamente usado para ilustrar o despesismo, revelando que a maioria da população portuguesa e até dos políticos não entende como funcionam os órgãos de soberania de um Estado nem quem garante, mesmo que discretamente, a sua liberdade.
ResponderEliminarNo caso dos submarinos, é a nossa única arma de dissuasão, já que não podemos ter mísseis nucleares. O único problema é que teria sido mais barato o preço de 3 ou 4 do que apenas 2. Além de 2 não cobrirem toda a ZEE portuguesa, porque normalmente um está em doca seca ou em aparelhamento, talvez tivesse sido inteligente comprar outro submarino convencional que não o mais avançado do mundo, e porventura garantir assim as contrapartidas industriais de um fornecedor mais sério que a Alemanha, que não cumpriu.